Para a flor que eu tinha
Dedicada à sua devoção,
Não houve chuvas,
Nem de outono,
Nem de primavera,
Que aspergissem minha paixão.
Nem sequer uma migalha
De sua via láctea.
Nem mesmo uma carícia caiu
Da sua constelação.
E sem premeditá-lo,
E sem premonição,
Secou-se por dentro o coração.
Meu sentimento não foi
Mana do alto céu,
Nem perene folha,
Nem mítica vara de Arão.
Sem pensar,
Sem que fosse planejado
Ressecou-se por dentro
Minha paixão.